22 fevereiro 2014

Sorte ou Azar? - Capítulo 13


E pelo resto da semana as coisas não pioraram, afinal. Nada de ruim aconteceu. Miley estava sendo mantida bem ocupada pelos pais, que finalmente haviam sido alertados para o fato de que ela estava se dando mal em quase todas as matérias, o que se devia ao fato de que não tinha feito nenhum dever de casa durante todo o semestre. Como poderia? Ela saía quase toda noite com Chelsea e Emily, brincando de ser bruxa. Mas minha tia e meu tio finalmente puseram um ponto final nisso, cancelando todos os compromissos socias de Miley, ficando em casa para supervisionar suas idas e vindas e contratando uma professora particular, com quem ela era obrigada a se encontrar seis dias por semana, inclusive nas manhãs de sábado. Miley relutou tremendamente, mas os pais não recusaram. 
Pessoalmente achei que isso era um sinal bastante bom de que as coisas poderiam se acalmar. 
Mas Joe tinha dúvidas. 
- Já vi isso acontecer antes - ele deu de ombros quando lhe contei.- Sua tia e seu tio chamam a atenção dela por causa das notas durante um tempo, fazem com que ela se consulte mais regularmente com o terapeuta, e coisa e tal. Depois ela faz alguma cena dramática para eles se sentirem culpados, e eles se recuam. 
Achei isso difícil de acreditar, mas Joe, que ainda que ainda queria contar a tia Jennifer e tio Brad sobre o rato, só que eu não deixava, disse apenas: 
- Espere só. Você vai ver. 
Esperei, pensando que ele estaria errado. Tia Jennifer continuou vigilante pelo resto da semana, verificando com os professores de Miley para saber quais eram os deveres de casa, e tio Brad os repassava com a filha toda noite, mesmo depois da aula particular. A não ser pelos olhares feios que me lançava regularmente, Miley me deixou em paz... e eu não achava que fosse por causa do pentagrama que eu estava usando como proteção. E deixou Petra em paz, também. Seria por causa do feitiço de amarração ? 
Ou será que Miley havia realmente virado a página?

- Acho que ela está melhor - falei ao Joe, jantando num barulhento restaurante italiano na noite em que fomos assistir Nigel Kennedy. - Ela não tem tempo de pensar em modos de torturar as pessoas. Está ocupada demais se atualizando com o dever de geometria. 
- Bem, talvez ela não tenha pendurado nenhum animal morto no seu armário, mas isso não significa que não planeje fazer alguma coisa pior. Aquela garota está com idéia fixa em você, Demi. 
Mas, risonha de alegria por estar saindo com Joe, mesmo que tenhamos passado boa parte do jantar falando da visita iminente de Willem e qual seria o impacto disso na campanha de Joe para ganhar o coração da mulher de seus sonhos, eu não podia exatamente compartilhar o mal-humor dele com relação a Miley. 
E no fim do concerto, ele estava sorrindo tanto quanto eu... ainda que provavelmente mais por achar divertida a força com que eu aplaudia do que qualquer outra coisa. Só quando estávamos caminhando para a casa, depois disse decidirmos andar para curtir o ar quente da noite, aconteceu alguma coisa para atrapalhar meu ânimo. 
- Não foi o concerto mais chato que já vi. - Joe estava tentando me tranqüilizar. 
- Então porque seus olhos ficaram fechados na maior parte do tempo? 
- Eu estava descansando os olhos. Com toda a sinceridade. Sério mesmo, não tenho nada contra música clássica. Mas jazz? Não me chame para ouvir jazz. Principalmente... como é que chamam? Free jazz. Já tentou bater o pé acompanhando o ritmo do free jazz? É, não rola. O que gosto mesmo é de blues. Tem um lugar fantástico onde toca blues, na zona sul de Manhattan... a gente poderia ir lá no fim de semana que vem. Primeiro tenho de arranjar um documento de identidade falso para você, porque só deixam entrar quem tem mais de 21 anos. 
- Seria fantástico.

- Na verdade, é melhor no outro final de semana, sem ser o próximo. No próximo vai ser o baile da primavera. Sabe, o baile formal. Não sei se você quer ir, é bem idiota. Mas eu nunca fui, por isso pensei... bem... será que você não gostaria? De ir comigo? Ao baile? Estritamente como amigos, claro. 
Meu sorriso parecia capaz de partir a minha cabeça ao meio. É verdade que Joe estava apaixonado por outra garota. Mas ele tinha me convidado para o baile, e não ela. 
Era bom de mais para ser verdade. Não podia estar acontecendo comigo, Demetria Lovato. Isso tinha de estar acontecendo com outra garota. 
- Tudo bem - respondi com o coração parecendo a ponto de explodir. - Parece que pode ser divertido... 
Então viramos a esquina da rua Sessenta e Nove Leste. E pude ver a ambulância parada na frente da casa dos Pitt, as luzes vermelhas piscando e se refletindo nas janelas escuras de todos os prédios baixos ao redor. 
- Não deve ser nada - gritou Joe atrás de mim, enquanto eu começava a correr. 
Mas era. Chegamos lá no momento em que os paramédicos surgiram trazendo Miley numa maca. Vi logo de cara que ela estava consciente, até mesmo olhando ao redor. Quando seu olhar pousou em mim e Joe, seus olhos, dramaticamente maquiados como sempre, se estreitaram, perigosos. E logo estavam colocando-a na ambulância e não pude ver mais, porque tinham fechado as portas. 
Corri até a escada e quase trombei com Petra, que estava parada no hall, revirando uma pilha de cartões de créditos enquanto um policial esperava. 
- Ah, Demi - gritou ela, com o rosto bonito manchado de lágrimas. - Ah, Demi, graças a Deus você está em casa. Pode ficar aqui com as crianças enquanto eu vou com a Miley? Os pais dela... tinham um evento beneficente para ir. Não estão aqui. Ela estava tão melhor que eles acharam que podiam dar uma saída... 
- Claro - respondi. 
Foi Joe, que havia corrido atrás de mim, que perguntou a Petra: 
- O que aconteceu?

- Foi minha culpa - disse Petra enquanto ainda procurava algo na pilha de cartões de crédito. - Eu deveria dar uma olhada nela às seis horas, mas estava ocupada demais ajudando Demi a se preparar para sair... 
Lancei um olhar culpado na direção de Joe. Petra ITALICOhavia/ITALICO passado quase uma hora me ajudando a me vestir para o encontro com Joe, em vez de verificar Miley, que deveria estar estudando no quarto.
- Se eu tivesse olhado naquela hora - a voz de Petra estava embargada - teria... descoberto mais cedo. Mas com o negócio de ajudar você, depois o Joe chegando, depois preparando o jantar das crianças, depois o banho delas, a história para dormir... simplesmente esqueci. Ela estava tão quieta que nem lembrei de que estava em casa. Quando é que ela esteve em casa numa noite de sábado? Ah! - Petra se virou para o policial. - Não consigo achar! 
- Tudo bem, moça - o policial acalmou-a. - Leve todos, e você poderá procurar a caminho do hospital. 
- O cartão do seguro - explicou Petra enquanto saía pela porta. - Não consigo achar. Nem tive chance de ligar para o senhor e a senhora Pitt. Pode ligar para eles, Demi? Diga que estamos no... - Ela lançou um olhar interrogativo para o policial. 
- Cabrini - o homem informou. 
- Hospital Cabrini - repetiu Petra, enquanto descia os degraus da frente em direção à ambulância que esperava. - Pode dizer para eles me encontrarem lá, Demi? Diga que Miley...
- Miley o quê? - perguntei com a voz falhando. 
- Tentou se matar - gritou Petra, segurando o minúsculo saco plástico em que Liam havia entregado o Valium de Miley. - Overdose. 
- Ah - olhei do saco plástico para Petra, depois para o policial e de volta para o saquinho. - Na verdade, se os comprimidos estavam nesse saco, eram só aspirina infantil.


Hey hey skyscrapers, como estão?
Essa Miley só apronta hein! 
O que acharam do capítulo? E o que acham que vai acontecer? Estão gostando? 
Estamos chegando no fim do mês, que significa dia de divulgação chegando! Quer que eu divulgue sua fic? Clique aqui e saiba como.
Até mais amores,
~xoxo

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